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  • Foto do escritorFabio Mendonça

Lixa que fica bom.

Existem muitos tipos de barcos. Barco grande, barco pequeno, barco curto, barco longo, barco fino, barco largo, barco de carga, barco de passeio, barco de regata, barco a motor, barco a vela, barco a remo, hoje em dia tem até barco que navega fora d`agua.

Uma coisa todos esses barcos tem em comum. Eles são lisos, tem suas superfícies suaves, sem texturas para terem o mínimo de atrito possível com a água. O curioso é que por dentro, em seus porões os barcos também são lisos, para não ficar agua empossada, escondida, para não juntar sujeira, para não enferrujar o casco dos barcos de ferro ou ainda apodrecer a madeira dos que tem construção mais clássica. Enfim, basicamente são lisos para ficarem limpos por dentro e por fora, sem sujeira grudada, sem atrito.

Hoje passei o dia lixando as peças, ainda os frames, do Atobá. Estão ficando lisos e lindos. Não vai juntar sujeira e não vão apodrecer.

No meio desse processo fiz um paralelo com a maneira que levamos nossas vidas. Uma madeira bruta, antes de ser lixada normalmente não está muito bonita, cheia de ranhuras e texturas, a sujeira se agarra fácil na madeira e tira sua beleza. Ao lixar, vai se tirando essa sujeira, vai se revelando o que tem de lindo, o desenho dos veios, a cor e até o cheiro da madeira se revela. O processo é cansativo e muito trabalhoso. Uso várias ferramentas, lixa na mão, lixadeira de cinta, lixadeira orbital, espátula, formão, plaina e um aspirador de pó para recolher toda a serragem.

O que me fez pensar é que deveríamos levar a vida da mesma maneira que se constrói um bom barco. Lixando, tirando as sujeiras das nossas superfícies e do nosso interior para revelar nossa beleza exterior e para não apodrecermos por dentro.

Lixa que fica bom.



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